No livro 12 Regras para a Vida: Um Antídoto para o Caos, Jordan Peterson apresenta a 8ª regra como um convite à autenticidade e ao enfrentamento da realidade: “Diga a verdade ou pelo menos não minta”.
Esta regra, mais do que um princípio moral, é uma bússola para navegar a complexidade da vida sem se perder no autoengano e nas distorções que a mentira pode gerar.
A Verdade: Mais do que um Princípio, uma Necessidade
Peterson esclarece que a verdade, no contexto da 8ª regra, não é meramente científica ou epistemológica. Trata-se de uma verdade pessoal e sincera, que exige a coragem de enfrentar as realidades internas e externas. Mentir, por outro lado, é visto como um ato de rebeldia contra o ser — uma tentativa de moldar a realidade ao invés de aceitá-la.
Ao ilustrar a regra, diga a verdade ou pelo menos não minta, Peterson conta histórias pessoais, como a de um paciente psiquiátrico que o desafiou a escolher entre uma “mentirinha do bem” e a verdade direta. Ele conclui que mesmo as mentiras pequenas, aparentemente inofensivas, corroem a autenticidade e a confiança, tanto nos relacionamentos quanto na própria percepção de si.
A Mentira como Revolta contra o Ser
Para Peterson, a mentira é mais do que uma falha ética; é uma forma de revolta contra o que ele chama de “ser”. Ele relaciona esse comportamento à negação da realidade e à busca por conveniência imediata. Essa abordagem conecta a 8ª regra à anterior: buscar o que é significativo em vez do que é conveniente. Mentir, mesmo que para evitar conflitos ou agradar os outros, é uma tentativa de manipular a realidade, algo que frequentemente resulta em mais caos e sofrimento.
As Pequenas Mentiras Sustentam as Grandes
Um ponto central do capítulo é o perigo das “mentirinhas brancas”. Segundo Peterson, essas pequenas omissões ou distorções da verdade formam a base das grandes mentiras que alimentam regimes totalitários, ideologias destrutivas e até crimes em massa. Ele menciona como indivíduos que toleram pequenas falsidades acabam por contribuir para grandes distorções da realidade, como a negação dos horrores do stalinismo ou a exaltação de ideologias fracassadas.
O Autoengano: Mentir para Si Mesmo
Além de mentir para os outros, Peterson destaca o autoengano como uma forma grave de traição pessoal. Mentir para si mesmo é aceitar uma narrativa que desvia do que realmente é, impedindo o crescimento e perpetuando a insatisfação. Isso, segundo ele, pode levar a perturbações mentais e à desconexão da realidade.
Enfrentar o Conflito pela Verdade
Ser verdadeiro gera conflitos. Isso é inevitável. No entanto, enfrentar esses conflitos é essencial para construir relacionamentos autênticos e uma vida significativa. Peterson exemplifica isso com situações cotidianas, como a de um jovem pressionado a cursar engenharia contra sua vontade. A mentira pode evitar conflitos imediatos, mas a verdade, ainda que difícil, é o único caminho para a liberdade.
A Importância da Autenticidade
Ao final do capítulo, Peterson conclui que a verdade é um pilar indispensável para uma vida equilibrada e significativa. Ele reforça que viver de acordo com a verdade exige autenticidade, coragem e a disposição de confrontar tanto os outros quanto a si mesmo.
Diga a verdade ou pelo menos não minta
A 8ª regra de Jordan Peterson não é apenas um conselho, mas um convite à integridade. Ela desafia as ilusões confortáveis e nos impulsiona a buscar a verdade como um antídoto contra o caos da vida. Afinal, como diz a famosa citação bíblica: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”
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