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Roger Scruton, um dos maiores filósofos contemporâneos, desafia o pensamento comum ao explorar a filosofia da realidade e a possibilidade de tudo ser uma ilusão. No artigo de hoje, abordamos o realismo metafísico e o impacto dessas ideias.

Exploraremos a filosofia da realidade proposta por Roger Scruton para responder a seguinte pergunta: como sabemos que o mundo real é real?

Mergulhamos nas ideias de Roger Scruton, René Descartes e outros grandes pensadores para examinar o conceito de realismo metafísico, uma abordagem que afirma a existência objetiva do mundo externo.

Prepare-se para uma jornada filosófica com Roger Scruton que vai questionar suas certezas e oferecer insights sobre a verdade, a realidade e a importância da filosofia.

O Problema Filosófico: Vivemos em uma Simulação?

A dúvida sobre a realidade do mundo externo não é nova. Ela foi formalizada por René Descartes no século XVII em suas Meditações Metafísicas. Descartes propôs o famoso experimento mental do “Deus enganador”: e se tudo o que percebemos não passa de uma ilusão criada por uma entidade maliciosa?

Essa hipótese ganhou novas formas ao longo da história, culminando na cultura popular com o filme Matrix e suas questões sobre realidade e simulação.

Esses experimentos mentais refletem uma preocupação universal: como distinguir o real do ilusório? Se o que percebemos pode ser manipulado, como podemos confiar em nosso conhecimento do mundo?

O Realismo Metafísico: A Resposta de Roger Scruton

Roger Scruton, filósofo conservador e defensor do realismo metafísico, oferece uma resposta sólida a esse dilema. O realismo metafísico sustenta que o mundo externo existe independentemente de nossa percepção ou mente. Ele é real, objetivo e acessível à nossa razão e sentidos.

Essa perspectiva é particularmente atrativa dentro do pensamento conservador, que geralmente reconhece o mundo como uma criação divina.

Deus, nesse contexto, nos dotou de ferramentas cognitivas confiáveis para perceber e compreender sua criação. Assim, o realismo metafísico rejeita a noção de que a realidade é puramente subjetiva ou uma simulação mental.

Ceticismo como Método: O Legado de Descartes

Descartes não defendia a ideia de que vivemos em uma ilusão permanente. Pelo contrário, ele utilizou o ceticismo radical como um método para estabelecer bases sólidas para o conhecimento. Ao questionar tudo, incluindo sua própria existência, ele chegou à célebre conclusão: “Cogito, ergo sum” (Penso, logo existo).

Esse método demonstrou que mesmo no nível mais extremo de dúvida, algo é indubitável: o fato de que estamos pensando.

Scruton reconhece o valor desse método como uma etapa inicial, mas adverte que ele não deve ser levado ao extremo, pois isso nos levaria a um estado de inação e estagnação intelectual.

Por que a Realidade Importa:

Afirmar que o mundo real é real é mais do que uma questão metafísica – é um pressuposto essencial para qualquer empreendimento humano. Scruton argumenta que sem essa base, a distinção entre verdade e falsidade se torna impossível.

Por exemplo, ao afirmar que “esta caneta é azul”, estamos implicitamente reconhecendo que existe um mundo externo com o qual nossas declarações podem ou não corresponder.

Essa correspondência entre pensamento e realidade é fundamental para validar qualquer conhecimento.

A Solução Transcendental de Kant:

Scruton recorre frequentemente ao pensamento de Immanuel Kant para refinar suas ideias. Kant propôs uma síntese entre o racionalismo e o empirismo, afirmando que nossa percepção do mundo depende tanto de elementos empíricos quanto de categorias a priori da mente, como tempo e espaço.

Embora Kant reconheça que não podemos acessar o mundo “em si”, ele nos fornece um modelo que harmoniza o conhecimento empírico com a estrutura racional da mente.

Scruton considera essa abordagem um meio-termo valioso entre o realismo medieval e o ceticismo moderno.

A Importância de Superar o Ceticismo Radical:

Scruton enfatiza que, embora os experimentos mentais como o “Deus enganador” ou a “Matrix” sejam intrigantes, eles não nos levam a lugar algum.

Seja a hipótese verdadeira ou falsa, nossa experiência cotidiana permanece a mesma. Temos que comer, dormir e interagir com o mundo ao nosso redor. Assim, esses exercícios de dúvida radical são úteis como ponto de partida, mas não como conclusão.

Roger Scruton também critica abordagens pós-modernas, como o desconstrucionismo, que negam a objetividade do significado e da linguagem. Ele argumenta que essas posições, se levadas a sério, impossibilitam qualquer forma de comunicação ou conhecimento significativo.

O Realismo Metafísico na Filosofia da Realidade de Roger Scruton

Para Scruton, o realismo metafísico representa uma resposta coerente e robusta aos dilemas modernos. Essa visão remonta a Aristóteles e Tomás de Aquino, que argumentaram que o mundo externo é real e que podemos conhecê-lo através de nossa razão e sentidos.

Esse retorno às bases clássicas não é um retrocesso, mas uma reafirmação da importância de fundamentos sólidos em um mundo onde a dúvida e a relativização parecem dominar.

Conclusão:

A filosofia de Roger Scruton nos desafia a pensar profundamente sobre a realidade, a verdade e o papel da filosofia em nossas vidas. Ao adotar o realismo metafísico, ele nos convida a confiar em nossa capacidade de conhecer o mundo e a rejeitar as modas intelectuais que promovem a dúvida absoluta e o relativismo.

Se você deseja expandir seu entendimento sobre filosofia e explorar esses conceitos em maior profundidade, acompanhe os artigos sobre Roger Scruton aqui no site.

Ouça o podcast sobre o assunto.

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