Há três anos, Olavo de Carvalho nos deixou, mas suas ideias e avisos continuam marcadamente presentes no cenário político e cultural brasileiro.
Durante a sua vida, Olavo foi uma figura polêmica – amado por seus seguidores e demonizado por seus críticos –, mas suas análises e reflexões, especialmente seus alertas sobre a política nacional, frequentemente se provaram proféticos.
Entre seus avisos mais contundentes, estavam as críticas às estratégias do governo Bolsonaro e a incapacidade de entender como os inimigos políticos estavam se movendo.
Os conselhos de Olavo ignorados por Bolsonaro se mostraram proféticos. Ao deixar de agir conforme as previsões do filósofo, Bolsonaro enfrentou graves repercussões que hoje afetam seu legado político.
Muitos o ignoraram, mas hoje testemunhamos as consequências claras desse desprezo. Este artigo, que faz parte de uma série sobre Olavo de Carvalho, mergulha nos detalhes dos avisos de Olavo e no impacto de sua negligência no atual panorama brasileiro.
Os Conselhos de Olavo Ignorados por Bolsonaro Sobre a Opressão
Uma das declarações mais impactantes de Olavo de Carvalho veio em um de seus momentos mais críticos sobre a política brasileira:
Essa afirmação parecia ser, à época, mais um de seus alertas pessimistas. Contudo, diante dos eventos recentes, as palavras de Olavo se mostraram assustadoramente precisas.
Quando a população brasileira esboçou sinais de revolta contra o cenário político atual, o que se viu foi justamente o que ele previu: a inação ou, em alguns casos, a ação contrária das forças armadas.
O exército, que muitas vezes foi depositário da esperança de uma parte da população, acabou tomando decisões que pareciam mais alinhadas aos interesses do estamento burocrático do que aos anseios do povo.
Olavo costumava dizer que, em momentos de crise, o povo seria entregue pela estrutura estatal à repressão, e essa percepção se consolidou em ações recentes que frustraram muitos dos seus apoiadores.
Como Bolsonaro Ignorou o Conselho de Olavo de Desarmar os Inimigos
Olavo não apenas apontava problemas, mas frequentemente sugeria caminhos para evitá-los. Em março de 2020, ele deixou claro:
Esse conselho revelava uma visão estratégica da política, aprendida com décadas de leitura da história e análise de padrões de conflitos globais.
Para Olavo, desarmar os inimigos significava antecipar-se a movimentos de opositores, garantindo que os aliados tivessem espaço para agir e que as bases fossem protegidas.
No entanto, Olavo observava constantemente que Bolsonaro e boa parte de sua equipe ignoravam a gravidade da situação política e preferiam investidas superficiais, desprovidas de consistência estratégica.
Pior ainda, o governo frequentemente subestimava os adversários e superestimava suas próprias forças.
Hoje, vemos uma consequência direta dessa omissão: perseguições ilegais, desarticulação de figuras de liderança e um ambiente crescente de insegurança entre aqueles que um dia compuseram o escalão próximo do poder.
Enquanto Olavo insistia que a proteção das bases era essencial antes de qualquer movimento mais amplo, a ausência desse cuidado tornou toda a estrutura política vulnerável.
Entenda Por Que Olavo Afirmava que Desarmar É Essencial para o Poder
Ao longo de sua vida, Olavo recorreu frequentemente à história para ilustrar seus pontos. Ele costumava lembrar que líderes históricos, antes de consolidarem seus governos, atuaram para desarmar seus inimigos e garantir o controle total sobre suas bases.
Para Olavo, essa estratégia não pertencia a uma ideologia específica – esquerda ou direita –, mas era uma regra básica da sobrevivência política.
Olavo de Carvalho alertou Bolsonaro com conselhos que foram ignorados, trazendo consequências graves para o governo e seus aliados.
No entanto, o que ele enxergava era que muitos líderes contemporâneos, incluindo Bolsonaro, ignoraram essa lição histórica vital.
E, de fato, estamos vendo esse preço ser pago agora. Enquanto o presidente Lula, desde o início de seu mandato, parece ter seguido essa lógica ao tomar medidas rápidas para consolidar poder e enfraquecer adversários, o governo anterior foi marcado por uma ausência de ação estratégica nesse sentido, e as consequências disso são evidentes.
A Desilusão com os Aliados
Além das críticas ao governo Bolsonaro, Olavo também refletiu sobre a postura de muitos dos seus próprios seguidores.
Ele frequentemente lamentava que, ao invés de aprofundarem a análise política e histórica que ele propunha, muitos preferiam cair em simples slogans ou no imediatismo político.
A falta de uma estratégia coesa levou à atual desorganização dentro do espectro político da direita brasileira, tornando ainda mais difícil reagir às ofensivas dos adversários.
Lições dos Conselhos de Olavo Ignorados por Bolsonaro
Após três anos de sua morte, é impossível negar que o pensamento de Olavo de Carvalho deixou marcas.
Suas advertências sobre estratégias de poder, o papel das forças armadas e a importância histórica de neutralizar adversários continuam a ressoar – não como meras opiniões, mas como lições comprovadas pelos acontecimentos que se seguiram.
Hoje, ao analisarmos os eventos, percebemos que os conselhos de Olavo ignorados por Bolsonaro poderiam ter evitado as adversidades enfrentadas por seu governo.
A frase que talvez melhor resuma sua visão e sua abordagem seja: “É urgente ter paciência.”
Para Olavo, compreender o jogo político e agir preventivamente estava no centro de qualquer movimento bem-sucedido.
Mas paciência não significa inércia, e sim uma ação consciente, baseada em análise e aprendizado histórico.
Conclusão: O Legado de Olavo em Tempos de Crise
Os avisos de Olavo de Carvalho, tantas vezes rejeitados ou ignorados, provam agora sua validade de forma contundente.
Seu legado não se limita à filosofia ou ao comentário político: ele é um lembrete constante de que a história ensina, e ignorá-la pode ser um erro devastador.
Seus ensinamentos transcendem sua época e nos convidam a refletir sobre como o jogo político é muito mais complexo do que se imagina.
Olavo nos deixa a lição de que a proteção das bases, a leitura da história e a estratégia bem pensada são essenciais para quem deseja não apenas resistir, mas vencer.
Mesmo após sua morte, ele nos desafia a repensar nossas abordagens, a nos afastarmos da inércia e a aprendermos com os erros que aqueles no poder continuam cometendo.
Ele pode não estar mais presente fisicamente, mas suas palavras continuam ecoando naquele lugar onde as grandes ideias vivem: nas ações e nas reflexões daqueles que estão atentos ao que realmente importa.
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